Órfãos e crianças abandonadas no Haiti após o terramoto devastador devem ser adoptados no exterior apenas como último recurso, disse o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
A UNICEF está a tentar identificar e registar crianças que andam desacompanhadas pelas ruas caóticas da capital Porto Príncipe, cujos pais morreram ou estão desaparecidos desde o terramoto.
Os Estados Unidos delinearam procedimentos especiais para parte dos órfãos haitianos. A porta-voz da UNICEF, Veronique Taveau, afirmou que a agência teme a ocorrência de tráfico de crianças.
"A posição da UNICEF sempre foi a de que, qualquer que seja a situação humanitária, a reunificação familiar deve ser favorecida", disse Taveau numa entrevista colectiva.
Se os pais morreram ou estão desaparecidos, devem ser feitos esforços para reunir a criança ao restante de sua família, incluindo avós, afirmou ela. Uma criança deve "permanecer, na medida do possível, no seu país de nascimento".
"O último recurso é a adopção inter-países", afirmou Taveau.
Antes do terramoto, 48 por cento da população do Haiti tinha menos de 18 anos, de acordo com a agência.
A UNICEF também informou relatos de violência contra crianças haitianas depois do terramoto, mas não forneceu detalhes.
"Nesse tipo de emergência, as crianças infelizmente são as mais vulneráveis, especialmente as que foram abandonadas", disse Veronique Taveau. "Tememos que possa ocorrer tráfico de crianças".
Os EUA vão permitir temporariamente a entrada de crianças órfãs do Haiti para que recebam tratamento", disse a Secretária de Segurança Interna dos EUA, Janet Napolitano, na segunda-feira.
O Canadá anunciou que aceleraria o processo de inscritos para imigração provenientes do Haiti que têm parentes canadenses. Haitianos temporariamente no Canadá terão permissão para estender a estada e casos de adopção pendentes terão prioridade.
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