O papa Bento XVI, em recente visita oficial aos EUA, demonstrou repetida e firmemente a sua condenação aos inúmeros casos de abuso sexual de crianças e adolescentes praticados por padres da Igreja Católica nos EUA, revelados nos últimos seis anos. Considerou publicamente o ocorrido como vergonha para a Igreja Católica.
A partir de 2002 os processos contra padres americanos por abuso sexual de crianças e adolescentes atingiram números impressionantes e escandalizaram o país e o mundo. Nos últimos cinquenta anos foram acusados nos EUA, por abusar de mais de 10 mil crianças e adolescentes, cerca de 4.300 padres católicos. O caso mais conhecido, nesse aspecto numérico, foi o do Padre John Geoghan, que foi condenado em 2002, por ter abusado sexualmente de mais de 130 crianças e adolescentes. Na cadeia ele foi estrangulado e morto por outro detento.
Apesar das denúncias, a Igreja Católica agiu equivocadamente durante muitos anos. Geralmente, os padres acusados eram de uma certa forma protegidos, pois eram, discretamente, apenas transferidos de paróquia para paróquia. E continuavam a agir. A Igreja Católica tem pago caro pelos erros cometidos diante das denúncias de abuso sexual por seus padres: hoje chega a 2 bilhões de dólares o montante que ela pagou por indenizações às vítimas.
Apesar das decididas declarações do Papa nos EUA, é questionável se serão elas suficientes para garantir uma firme conduta da Igreja Católica em relação à pratica do abuso sexual contra crianças e adolescentes na Igreja.
Em 2005 o Papa Bento XVI adoptou uma medida extrema para inibir os escândalos sexuais envolvendo padres: dificultou a ordenação de homossexuais. Será essa decisão correcta e sobretudo eficaz?
Sabe-se que a pedofilia é, do ponto psicanalítico, uma perversão sexual, caracterizada por atração sexual incontrolável por crianças e adolescentes até 12 ou 14 anos de idade. É o pedófilo um doente obsessivo e compulsivo. Muitas vezes o pedófilo só agirá se houver oportunidade. Não só as igrejas, mas todos os locais onde se concentram crianças ou adolescentes, são propícios à actuação dos pedófilos.
Além da pedofilia, são descritas outras perversões sexuais, relacionadas ao tema aqui abordado, como a efebofilia (atração sexual por adolescentes) e a pederastia (atração sexual por adolescentes do sexo masculino).
A grande maioria dos abusadores sexuais na Igreja são do sexo masculino e as vítimas não costumam ser crianças, mas adolescentes já púberes, do sexo masculino. Pode-se admitir, portanto, que os padres abusadores não são pedófilos, mas homossexuais com atracção por adolescentes do sexo masculino, ou seja, pederastas.
Muitas são as dúvidas num tema tão complexo e que envolve conceitos psiquiátricos, psicanalíticos, sociais, legais, culturais, etc. Mas para avançar é necessário aprofundar a discussão sobre alguns questionamentos a respeito do abuso sexual de crianças e adolescentes na Igreja Católica. Como por exemplo:
- Seriam os padres católicos mais pedófilos ou pederastas que qualquer outro grupo masculino?
- O abuso sexual ocorre apenas a Igreja Católica ou em todas as outras igrejas e religiões?
- O celibato dos padres favorece a pedofilia?
- Há uma relação entre homossexualidade e os casos de abuso sexual na Igreja?
- Por que a Igreja Católica foi tão complacente diante das denúncias de abuso sexual por padres?
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