Treze anos é a média de idades das crianças acolhidas nas instituições de solidariedade social, onde chegam por causas cada vez mais complexas, revela um estudo apresentado hoje em Fátima.
"A idade média de admissão é de 13 anos" e "as crianças e jovens são acolhidos por causas cada vez mais complexas", afirmou Filomena Bordalo, autora do trabalho que avaliou alguns aspectos da implementação do Plano DOM - Desafios, Oportunidades e Mudanças nestas instituições.
Este plano, do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, tem como objectivo a qualificação da rede de lares de infância e juventude, a melhoria da promoção dos direitos e protecção das crianças e jovens acolhidos, e a desinstitucionalização de 30% dos utentes.
Ao estudo, realizado em Dezembro último, responderam 46 instituições com lares de infância e juventude de um universo de 98 associadas com estas valências da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) e aderentes ao Plano DOM.
As respostas abrangeram 49 equipamentos de todo o território nacional com excepção dos distritos de Castelo Branco, Faro e Leiria, e as conclusões foram apresentadas no âmbito de um encontro com representantes de instituições particulares de solidariedade social com centros de acolhimento temporário ou lares de crianças e jovens.
Segundo Filomena Bordalo, assessora de direcção da CNIS, entre as causas, muitas vezes associadas e conjugadas, que levam à colocação de crianças e jovens em lares estão a "negligência e abandono, a incapacidade parental, até em famílias de acolhimento, problemas de alcoolismo, toxicodependência e prostituição", havendo ainda "comportamentos disruptivos e problemas de foro mental".
Perante esta situação, "torna-se mais difícil o apoio", concluiu a responsável, adiantando que nestas instituições, entre 2007 e 2009, houve "uma diminuição de 354 crianças/jovens acolhidos", destacando que "a redução registada no período 2008-2009 foi superior à do ano anterior".
A responsável questionou se este fenómeno de diminuição vai continuar e que encaminhamento foi dado às crianças e jovens que deixaram de estar nos lares.
O estudo conclui ainda que 91% das instituições inquiridas defendem a especialização do acolhimento, desde que se evitem alguns riscos, como as equipas técnicas não estarem dotadas e capacitadas face à complexidade da resposta, ou não haver apoios financeiros e de formação.
Por outro lado, consideram que neste âmbito é de evitar também a criação de um distanciamento com as famílias de origem, assim como de guetos perante a concentração de determinada problemática.
Entre essas formas de especialização estão os apartamentos de pré-autonomização para jovens, sendo que 87% das instituições de solidariedade social que responderam ao inquérito sustentam que são espaços "primordiais e indispensáveis", até porque "os projectos de vida dos jovens nem sempre passam pela integração familiar".
A CNIS tem como associadas 135 instituições de acolhimento, onde estão cerca de oito mil crianças e jovens.
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